Antigo edil de Ulóngué acusado de falsificação de documentos e venda irregular de terrenos

 


Armando Constantino Maria Pereira Júlio, que liderou o município da vila de Ulóngué durante uma década e deixou o cargo em 2014 para o atual presidente Evaristo Fidélis, enfrenta agora acusações graves relacionadas ao seu período de governação. O antigo edil é apontado pelo vereador de Infraestruturas, Paulo Fernando Carvalho, e pelo técnico municipal Filipe Disse, como responsável pela falsificação de documentos ligados à legalização de terrenos e à construção de imóveis. De acordo com as alegações, todos os documentos emitidos no seu mandato, por serem manuscritos, estão atualmente a ser rejeitados pelas autoridades, que afirmam que já não possuem validade.

A situação tem gerado transtornos para inúmeros munícipes que, munidos de documentação emitida na gestão de Armando Júlio, enfrentam barreiras administrativas e, em alguns casos, são obrigados a atualizar os papéis mediante pagamento de novas taxas. Carvalho acusa ainda o antigo edil de ter vendido terrenos por valores reais de 17.000 meticais, mas registando nos recibos montantes de apenas 3.600 meticais, prática que, segundo o vereador, lesou financeiramente o município e os cidadãos.

O atual cenário levanta preocupações sobre a transparência na gestão municipal e a possível necessidade de auditorias mais profundas aos processos administrativos anteriores. Apesar de o município afirmar que atualmente os terrenos são distribuídos gratuitamente, há denúncias de que, na prática, os valores cobrados para a atribuição podem ultrapassar os 20.000 meticais. Até ao momento, Armando Júlio não se pronunciou publicamente sobre as acusações, enquanto a população aguarda esclarecimentos e eventuais medidas legais.


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