Jurista reage: “Pouca gente escreveu sobre a guerra dos 16 anos” e questiona conhecimento histórico de Daniel Chapo

 


Um debate intenso surgiu nas redes sociais depois de declarações recentes do Presidente da República, Daniel Chapo, sobre a gravidade dos protestos pós-eleitorais em comparação à guerra civil de 16 anos. Entre as reações, destaca-se a do jurista Damião Cumbane, que, numa publicação, afirmou que “o Presidente da República tem razão”, mas sublinhou que a falta de literatura sobre o conflito limita a compreensão histórica do Chefe de Estado.

Segundo Cumbane, quando a guerra civil iniciou, Chapo ainda não tinha nascido e, ao seu término, tinha no máximo 15 anos. “Há muita coisa sobre a guerra dos 16 anos que ele não tem como saber. Mesmo quando ela terminou, ele era menor de idade, com uma capacidade de querer e entender condicionado pela idade e, como há pouca ou nenhuma literatura sobre essa guerra, é fácil ‘ser mentido’, por pessoas que nunca conseguiram dizer verdades”, escreveu o jurista.

O advogado reforçou ainda a brutalidade do conflito, classificando-o como “uma das mais mortíferas e bárbaras que há memória, na História Moderna e Contemporânea”. Cumbane desafiou os leitores a partilhar exemplos de guerras com características semelhantes, defendendo que o país precisa de uma abordagem mais profunda sobre este capítulo sombrio de Moçambique para que a história seja compreendida de forma integral.

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